A
próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013, depois de duas décadas, será
novamente num país latino americano. A última que aconteceu por aqui foi em
1987, em Buenos Aires. Aliás, aquela foi a primeira fora da Europa. Dessa vez,
o Brasil vai acolher e promover a Jornada no Rio de Janeiro, com o lema “Ide e
fazei discípulos de todos os povos”(Mt 28,19)
Um
evento como esse é sempre uma oportunidade especial para todos, para refletir,
debater, renovar os ânimos, buscar novos caminhos, dar testemunho e celebrar.
Contudo,
o mais importante ato a ser promovido nesse e em todos os esforços de qualquer
instituição que quer manter-se eficaz é o que o Papa João XXIII motivou por
ocasião da instauração do Concílio Vaticano II: atualização e diálogo. E a
chave-mestra que abre ambas as portas é a “linguagem”.
O que
dizíamos há 10 anos sobre um determinado assunto já não dizemos mais, ou
dizemos de outra forma. A língua mudou, as cabeças mudaram, o ritmo da vida
mudou. Tudo muda, o tempo todo. “O tempo não para...não para não....não para.”
E a linguagem é o estopim dessa mudança constante.
A
Igreja precisa reaprender a conversar com a Juventude. Refiro-me à instituição.
Sim, porque o jovem é Igreja e dela participa efetivamente, inclusive
atualizando-a em sua vida. Mas a instituição – sempre diante do risco da
ferrugem do tempo – precisa abrir aquela janela apontada por João XXIII e
deixar o ar entrar, deixar a juventude passear, incomodar, questionar,
embelezar. É preciso, para isso,
ajustar-se e calibrar-se para o diálogo.
Por
outro lado, apesar de estarmos inseridos na realidade que é líquida, que não
para de correr como um rio, há sempre a possibilidade de mantermos o controle
do remo, afinal, somos livres. A juventude tem braços fortes, vista boa, sonhos
intensos. Não se pode compreender que tantos jovens se deixem levar pela
correnteza. É preciso aqui também ajustar-se e calibrar-se para o diálogo.
A vida
é um diálogo complexo, exigente. A linguagem cristã nesse diálogo não é de
troca, mas sim de entrega constante e generosa. É no outro que encontramos
nossa razão de ser.
Santo
Agostinho diz que se amarmos podemos fazer qualquer coisa. Amar é entregar-se
ao outro, para que esse outro seja feliz. Normalmente, essa entrega implica em
renúncia, em dor. Então, o prazer pessoal como objetivo único e exclusivo é um
ruído na linguagem do amor. Por isso, juventude,vamos amar de verdade e fazer o
que quisermos!
Frei Guilherme, Missionário Inaciano.
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